sábado, 1 de agosto de 2020

Vampiro a Máscara - Vilões de Verdade (Sessão 7)


A Revanche Tecnocrata


Gregório ficou parado olhando para os corpos selecionados pelos seus irmãos de bando, que ele carregou pelo mercado até o ponto em que Sarah indicou, mas algo não estava certo. Ele continuava parado, a sensação de garganta seca, que sentia apenas quando era humano, só que não era fome. Ele se alimentou fartamente do cego que encontrou, estava saciado. Até que ele pronunciou baixinho, inaudível em meio as lamúrias dos reféns que choravam de desespero aguardando o mesmo destino que muitos outros cadáveres ali no local - “Por quê estamos fazendo isso?” - Gregório refletiu com pensamento distante.

Desde de sempre encorajado no Sabá enfrentar os inimigos da seita, sem piedade, sem escrúpulos, sem remorso. Mantinha a fé no Sabá como único caminho para uma liberdade real, separado da influência dos velhos anciões. Foi para Washington com o objetivo de esmagar o inimigo, mas o inimigo não veio. O tédio da cidade sem vampiros atacando, contaminou seu coração com dúvidas não ouvidas até o momento. Daí a polícia encontrou o esconderijo e se defender é preciso, então, “morte a quem se opõem ao sabá!”. Até aí tudo certo.

Porém Gregório estava com seu bando invadindo um local público cheio de pessoas (gado), ajudou a matar e esquartejar, arrastou corpos mutilado e está preparando novos membros do sabá, criando monstros que irão se alimentar de pessoas, que não podem se defender e temerosos pela sua vida já perdida, choramingam se consolando uns aos outros. Alguns ainda tem fé em sobreviver. Por algum motivo, eles ainda querem viver. Qual o motivo real do bando em fazer isso?

Anda logo Gregório!!! - gritou Sarah para o ventrue anti-tribu, arrancando ele de sua reflexão e início de arrependimento, ele tenta reagir olhando para ela se recompondo - Chama a Lia que tá na hora, alguns dos novos já começaram a tremer logo vão levantar.

Gregório ainda confuso, anda para direção em que acredita que Lia estaria. Da última vez que a viu, a sacerdote do bando estava na forma de Horripilante, de uma fera meio morcego, o que lhe deu pavor o suficiente para evitar ficar perto dela. Os joelhos vacilaram durante a caminhada ao lembrar disso, ele esperou que Sarah não tivesse percebido seu nervosismo. Entrando em um dos corredores, Adrian socava repetidamente o rosto de uma mulher, o pander riu dela quando a face afundou.

Chegando no corredor de bebidas viu Lia em seus atuais 2,5 m de altura garras e orelhas pontudas esticando a pele de um homem, ainda vivo, que apesar de fraco gemia profundamente de dor. Ela fez dele um tipo de quadro bizarro, posto bem alto preso nas ferragens das prateleiras de bebibas, onde sua barriga estava aberta e os órgãos exposto sangravam lentamente. Olhando aquilo no corredor mal iluminado, Gregório tropeçou em algo que tentou gritar ao ser pisado. Uma criança toda deformada misticamente tinha os olhos e a boca tapada pela própria pele, os membros retorcidos se amarravam uns nos outros como um laço macabro nas costas da criança, mantendo ela de barriga para baixo.

Gregório viu mais três corpos igualmente distorcidos, tendo certeza que foram obra da vicissitude de Lia, que até o momento não o percebeu, ou ignorou propositalmente a chegada de Gregório na cena. Gregório olhou mais uma vez para Lia, tentando parecer firme e antes de conseguir falar, percebeu um líquido negro e asqueroso, escorrendo do ouvido e dos olhos da Tzimisce, enquanto ela brincava com o “homem quadro”.
Lia, Sarah está chamando, está na hora… - ele continuou sendo ignorado. Quando avançou para insistir, o monstro horripilante em que a vampira se apresentará, ficou imóvel olhando para ele com ar de aviso. Ela não iria parar de se divertir agora. Gregório não precisou de um segundo aviso e saiu do local evitando tropeçar novamente nos corpos do chão.

Chegando novamente no local da transformação dos novos membros, as pessoas que antes choramingavam, agora berravam em desespero. Um dos novos vampiros visivelmente morto, estava de pé e faminto avançou em Sarah, mas ela se desvencilhou dele e empurrou o homem vampirizado para longe. Ele caiu perto dos reféns e não tardou em tentar morder alguém.

Sarah xingou Gregório de incompetente e outras coisas, mandando Adrian buscar Lia. O pander não se manifestou contra, indo decidido para o corredor de bebidas. Não tardou a confusão aumentar. Pelos sons ouvidos por todos, Lia e o Adrian não estavam se entendendo. Gregório tinha certeza que as coisas iam piorar, pois era certo que a Tzimisce iria entrar em frenesi ao ser incomodada.

Dois segundos depois, Adrian atravessa a parte dos congelados. De certo foi arremessado por Lia a quase 10 metros. Com o impacto sobre um freezer, estilhaçou uma portas superiores de vidro com as costas jogando cacos de vidro para todos os lados. James sacou as armas preparado para se defender e Sarah xingou mais uma vez quando o segundo cadáver seco e sedento de sangue, se levantou buscando agarrá-la.

Em meio ao caos, os quase 30 reféns se levantaram, o desespero superou o raciocínio de qualquer ordem, dada anteriormente pelos vampiros, para os reféns ficarem juntos. As pessoas em desespero se dividiram, alguns correram para a porta do estoque no fundo do mercado, dois foram na direção de Sarah e tombaram com disparos da pistola, outros cinco passaram por Gregório que paralisado não teve reação. Adrian descarregou a sua arma automática em Lia que avançava para ele como um urso enfurecido.

Gregório tinha certeza que estava ficando louco, nada fazia sentido, principalmente os dois insetos, talvez moscas, que passaram perto dos seus olhos brilhando em azul no ambiente escuro e barulhento. James atirou em um cadáver ambulante que avançou na direção de Gregório, um dos novos vampiros sequiosos por qualquer sangue.

Adrian usou sua rapidez e desviou dos ataques de Lia, até ela parar de tentar atacá-lo e mirando sua frustração em outro alvo, destroçar um humano que passou perto dela.
Sarah e James foram atrás dos humanos que foram para frente da loja matando todos a tiros.

Foi quando os dois perceberam, a polícia estava do lado de fora do local. Pela luz do giroscópio não dava pra saber quantos carros tinham, mas o barulho do helicóptero era inconfundível. Era hora de mudar de planos, não dava tempo pra promover um ritual. Sarah orientou James, o bando iriam fugir do local deixando tudo para trás.

Lia saindo do frenesi percebeu os quatro vampiros esperando ela parar de desmembrar o humano. Todos ouviram os policiais fazerem ameaças, ordenando que saíssem com as mãos na cabeça… o de sempre.

o grupo ignorou as pessoas e subiu para a escada na esperança de sair pelo telhado, Sarah foi explícita em mandar Lia sair da forma horripilante, o grupo passou rápido por algumas portas em um corredor com luz de emergência. Lia se destransformando acompanhou todos a contragosto.

Antes de abrir a porta, Sarah deu as instruções para correrem na direção da parte de trás do mercado e não parar para nada. Lia se adiantou ignorando os gritos de Sarah e abriu a porta se precipitando para correr.

Gregório viu tudo em câmera lenta. A porta abriu e como se a polícia esperasse por isso, o som do helicóptero e a luz do holofote invadiram o corredor instantaneamente. Antes que Lia desse o primeiro passo para fora, um disparo perfeito e o crânio da vampira Tzmisce explodiu na frente do bando. Adrian e sua rapidez fecharam a porta e os novos disparos atingiram ele o grupo de jogou no chão evitando os novos tiros.

Não era munição normal, os buracos deixados na porta de ferro e no corpo de Adrian ainda queimavam como se fosse ferro fundido, fazendo o vampiro urrar de dor e rolar no chão. Sarah guiou o grupo rapidamente para a escada enquanto novos disparos foram feitos. Antes de descer para se safar, Gregório olhou a última vez para o corpo inerte de Lia, caído no chão perto da porta de terraço. Ela nunca mais iria se levantar.

Gregório ajudou Adrian a descer as escadas, lentamente se aproximaram de Sarah e James. Gregório falou algo sobre o que fazer, foi ignorado como sempre. Olhou com raiva para os dois que não poderiam estar calmos com esta situação. Percebeu que eles não estavam calmos mas espantados olhando para o alto do lado de dentro do grande salão da loja. Seguiu a  direção para onde estavam olhando se espantou também.

Quatro discos azuis brilhantes apareceram no alto. Afastados uns dos outros, não voavam como ovnis, estavam parados próximo ao teto. Do tamanho de uma mesa pequena de centro, os quatro discos azuis em seu centro cintilavam e ondulavam como uma superfície de lago perturbado pela chuva, mas as bordas fixas não se mexiam.

Antes de qualquer indagação plausível, 4 bolsas pretas grandes com a logo do FBI atravessaram ao mesmo tempo os discos, caindo no chão do mercado. James se adiantou indo a bolsa mais próxima. Abrindo riu para o grupo como se risse de uma piada de muito mal gosto. Sarah se aproximou dele e viu o contador digital chegar a zero, na contagem regressiva.

Do lado de fora, a polícia se abaixou quando a explosão rompeu os vidros e lançando chamas e as portas do mercado a dezenas de metros de distância. Alguns policiais se feriram e dois morreram.



     o desfecho



Horas depois todos os Estados Unidos da América estava de luto. Em todos os canais os repórteres lamentavam, falando do último ataque terrorista em solo americano. A cidade de Washington foi alvo de mais um atentado a bomba, terroristas sequestraram pessoas em um mercado de grande porte e a polícia não conseguiu evitar que eles detonassem a Bomba.
Mas dentro de uma sala no prédio do FBI, sete pessoas em videoconferência com partes de todo o mundo, comemoravam.

A TECNOCRACIA se vingou da morte de dois agentes, além de evitar a quebra de máscara mantendo a humanidade sob controle. Nada em hipótese alguma pode alertar a humanidade sobre o sobrenatural, isso seria o fim do controle absoluto da tecnocracia.





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