sábado, 19 de outubro de 2019

Lobisomem o Apocalipse - Beijo da Fúria - Personagens (1)






História Lobisomem Craig Jones
Adoraria poder dizer que minha história é a dura infância do garoto problemático, o típico jovem revoltado. Desde a infância sempre metido em confusões e brigas, sempre repreendido, sempre revoltado e sempre se rebelando contra tudo e todos. O típico protagonista que é o garoto problema e que tem uma irmãzinha mais nova por quem daria a vida e que no momento crucial de sua jornada a irmã lhe diz uma meia dúzia de baboseiras filosóficas e tudo acaba bem, a raiva passa, a mágoa desaparece e todos os babacas que um dia lhe cuspiram na face, agora lhe estendem as mãos e vão todos juntos a puta que os pariu fazer mais babaquices no seu mundinho de gliter... adoraria, eu juro!
Mas não. A vida é podre e eu descobri da pior forma possível. Eu fui adotado ainda bebê por um casal que não podia ter filhos... ou assim eles imaginavam e 2 anos depois eles tiveram uma filha. Daquele dia em diante um futuro acolhedor se desfez em poeira e como se não bastasse eu não receber muita atenção, a atenção que eu atraía era negativa. Nunca entendi o motivo, mas eu sempre tive muitos acessos de raiva praticamente incontroláveis principalmente em dias de lua, o que me rendeu o apelido de lunático na escola e essa raiva toda me rendeu a imagem de ovelha negra, indesejado, arrependimento e rebelde diante de meus pais. Como eu era o tal rebelde sem causa e não podia ser domado, então resolvi que seria melhor pra todo mundo que me dessem a alforria e aos 15 anos já era emancipado e independente, com meu próprio canto pra chamar de meu e me virando como podia. Apesar de todo o ocorrido, eu nunca culpei minha irmã pelas desgraças que surgiram com sua chegada, muito pelo contrário pois ela era quem me dava forças. Minha irmãzinha, a única que me aceitava como eu era, e ainda me admirava, me visitava quase todos os dias e em suas férias escolares estava passando o mês em minha casa. Tudo ia bem em seu devido lugar até aquela maldita noite!
Eu voltava de meu trabalho no mercadinho do bairro, por volta de 10 da noite. Minha irmã já me aguardava com a pipoca pra assistirmos sua maratona de filmes favoritos, mas algo me inquietava. A rua estava silenciosa demais, parada demais. Então eu apressei meus passos, abri aporta de meu apartamento e foi aí que eu o vi, a criatura. Parecia um homem, mas encoberto pelas sombras de uma forma abissal! Os pelos da minha espinha se eriçaram e senti a adrenalina percorrer todo meu corpo, a respiração acelerando, os músculos tensionando e por mais horrendo que fosse aquele monstro, eu só conseguia pensar em minha irmã. A sala quarto apertada de minha kitchenette estava toda bagunçada, meus poucos móveis destruídos, a pipoca espalhada por todo o chão e o sangue... a criatura era pálida como um cadáver e a pesar de não ser feio, tinha uma aparência bestial. Seus olhos brilhando, banqueteando-se com minha agonia, o sorriso sádico no canto da boca exibindo alguns dentes, dentre eles um longo canino afiado. Minha irmã estava atrás dele, aterrorizada, completamente amarrada e amordaçada junto a mais dois outros jovens que desconheço, o sangue vinha da cabeça de um deles. Estava atordoado, mas ainda consciente, com um braço e uma perna dobrados de forma não natural em posições bizarras. Fraturas! Este monstro era um perito, pois conseguiu fraturar, curvar e torcer os membros do rapaz de forma a não romper a pele em nenhum momento... não era a primeira vez que fazia isso e aparentemente minha casa foi escolhida para ser o abatedouro.
Me esperava. O filho da puta me esperava! Sabia que eu chegaria nesse horário e apenas torturou o rapaz o bastante para não ficar entediado enquanto me aguardava. Os 3 choravam desesperadamente quando a besta finalmente caminhou até os 3 apenas para retirar-lhes as mordaças (fique longe da minha irmã!), para deliciar-se com seus gritos (fique longe da minha irmã!) como uma sinfonia (fique longe da minha irmã!). Ele retira a mordaça de Aymee e diz com sua voz rouca e grave
- Me fez esperar bastante, vamos começar?
Meu sangue ferveu, venci o medo que paralisava minhas pernas.
- Fique longe da minha irmã!!
Rugi de ódio enquanto dava um soco em plena corrida para derrubar o maldito! Um golpe... ele desviou do meu soco como se eu estivesse em câmera lenta, como se soubesse exatamente o que eu faria desde o princípio, e, com apenas um golpe eu caí inconsciente.
Ao recobrar minha consciência me vi imobilizado, tal como os outros e sem mordaça para que pudesse gritar. Ele poderia levar minha vida, mas não teria meus gritos. Eu não daria ao bastardo a satisfação que tanto buscava e ele pareceu ler meus pensamentos, entendendo minha expressão de desafio como uma nova brincadeira, então parte a parte, membro a membro ele foi dilacerando um a um na frente dos demais e a cada estalo de osso, a cada grito o pavor nos tomava. Não gritei, mas o ultraje, a impotência de não poder salvar a única pessoa que se importou comigo me pesava. Quando finalmente chegou a vez de minha irmã sofrer nas mãos daquele demônio, ele apareceu! Garreth era seu nome e ele sabia exatamente o que fazia. De alguma forma a criatura sentia-se incomodada próxima a ele, como se ele tivesse um feitiço de proteção. Sabia exatamente onde atacar, o que fazer, como reagir e quais armas utilizar, o combate foi intenso e a criatura se mostrou formidável ao arremessar o velho nas paredes, objetos, golpes cujos estrondos podiam ser ouvidos por quarteirões, mas no fim não foi páreo para aquele coroa. Garreth acabou com um braço quebrado em três lugares, fratura exposta, quebrou algumas costelas e tossia sangue vez ou outra, mas não deu sinal de medo, dúvida ou dor, nos libertou apenas lamentando não ter chegado a tempo de salvar os outros dois.
Após o ocorrido deixei minha irmã aos cuidados de meus pais onde ela ainda segue fazendo terapia e quanto a mim, decidi seguir o velho, treinar meu corpo e mente para nunca mais deixar aquele pesadelo se repetir. Ele me aceitou relutante mas acabou o fazendo pois seus filhos haviam sido mortos por outros daquelas criaturas, era solitário na estrada, ninguém acreditava nele e cada vida que salvava, era cobrado o alto preço em seu próprio corpo. Tinha queimaduras severas no torso, cicatrizes diversas espalhadas, já não tinha uma orelha, seu braço não engessado tinha pouca mobilidade e depois do que houve, duvido que quaisquer dos braços agora tenham. Ele mancava da perna esquerda e a idade já o sobrecarregava. Normalmente 59 anos ainda se é considerado jovem, inteirão, mas neste estilo de vida, raramente se vive tanto quanto ele. Ele me contou sobre o que sabia do mundo oculto e as criaturas que espreitam a noite e treinou meu corpo e mente para encarar qualquer desafio.
Meu maior lamento ainda é por minha irmã, pois hoje sou um dos monstros que ela tanto teme e não creio que ela vá algum dia conseguir olhar na minha cara, mas enquanto eu viver, sei que ela estará segura e por enquanto isso me basta. E vou garantir isso CUSTE O QUE CUSTAR!
BY MArcelo


Personagens dos jogadores

Craig (19/10)
Louise (2/11)


 (em breve)Capítulo 1 >>>

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