quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Vampiro a Mascara - Abner 1965 - Abner parte 3 - o destino

  


Washington DC, 20 de fevereiro de  1965 - PARTE 3

A chuva agora parecia uma tempestade, um trovão retumbou acima dos prédios. O perseguidor, agora vítima de um caçador maior, estava de joelhos vencido. Balbuciou com a boca mole "s...chalubre??? Impos...shibel"
Em resposta o gigante gargalhou e respondeu com um sotaque europeu estranho "Deennn, Malkavian dynatón! pes ti fylí sou!". Diante do silêncio, o gigante percebeu que seu oponente não entendeu sua língua. Parou um tempo buscando palavras, apontou para o vampiro ajoelhado e falou com tom de acusação.
Clã, status e geração! Não minta. -  as palavras proferidas em inglês britânico eram carregadas de um sotaque muito incomum.
Tremere, Neófito, décima segunda geração.
Fique onde está! -  finalizou a conversa com um sorriso debochado e se encaminhou para Peter, que observava apreensivo.
Mais por instinto do que por estratégia, Peter tirou a faca do pescoço e investiu contra o misterioso infectado, que chegou repentinamente. Investiu furioso e usando a força que lhe restava tentou esfaqueá-lo. A lâmina torceu e quebrou contra o peito do novo oponente. Em resposta, um golpe de mão aberta tirou os pés do robusto médico do chão, caindo de costas sobre um monte de lixo, espantando ratos, fazendo-os guinchar e correr pelo beco encharcado.
Bom… um candidato melhor. Diga seu clã, status e geração.
Peter fazia ideia do que aquilo significava, seu curto período (a contra gosto) com o bando sabá, ouviu falar do clã tzimisce e fora chamado de criança da noite. Mas o grupo de infectados se dissipou em menos de um mês. Não foi exatamente uma escola sobre a vida e termos da sociedade de doentes. Foi mais um campo de concentração onde aprendeu a ferir seus juramentos médicos, matando para sobreviver. Peter sacudiu a cabeça negativamente.
Um mentiroso… Diga logo.
Não faço parte da sociedade de infectados, sou médico.
Infectados?
Sim, podem se dizer vampiros, mas não passam de doentes.
Doentes?! Por que doentes? - o vampiro maior e mais forte entre os 3 ali presentes, foi pego de surpresa. Ele esperava súplicas por piedade e foi acusado de estar doente, sabia que raras doenças poderiam infectar ou acometer um morto-vivo. Algumas só viu a muito tempo atrás.
É a única explicação lógica… fomos mudados por algo que nos infectou. - tentou explicar Peter, ficando incomodado pela expressão de assombro do vampiro a sua frente.
Você é um malkaviano como eu?
A pergunta ficou no ar como se fosse falada em outro idioma, ou se fosse falado para um surdo que não lê lábios. Apenas o som da chuva e de um trovão foi ouvido por alguns segundos incomodamente longos.
O vampiro tremere que havia se apresentado, pensou rápido. Talvez se demonstrasse o quão inferior era o alvo de sua caçada, teria chance de descobrir mais sobre este vampiro desconhecido, que provavelmente era um ancião poderoso. Malkavianos são conhecidos por sua loucura. Anciões loucos são muito perigosos, mas precisava saber se tratava-se de um sabá.
Ele é um desgarrado, um Pander! Eu estava perseguindo-o para ter informações sobre o bando dele.
Pander? - Malkaviano repetiu a palavra como se mastigasse algo desconhecido.
Sim, não é assim que vocês chamam os sem clã?
Não! Caitiff é como chamo. - respondeu o grande malkaviano.

Essa informação era importante para o tremere. Não sendo sabá a abordagem precisava ser diferente. Ele usou seu poderoso sangue vampírico para curar parte dos ferimentos. Peter se sentia indefeso naquela cena e inconscientemente foi curando a ferida do pescoço ainda deitado sobre o lixo, aumentando a sua fome. A chuva caia ruidosa por toda parte. Outro trovão retumbou antes que o Malkaviano começasse a falar novamente.
Pária e louco, ou um feiticeiro bajulador… escolha difícil.
Escolha para quê? Digo que sou apto e experiente. Posso lhe ajudar mais do que ele, dependo do caso. Conheço os vampiros da cidade e a príncipe tem algum respeito por mim, logo posso apresnta-los. - o tremere foi ousado, sem saber do que se tratava usou a figura da príncipe como um chamariz, na intenção de tirar mais informações.
Então você conhece bem a príncipe? Isso é importante.
Sim, neste caso, este "paria" não pode lhe ser útil, caso apareça com ele para encontrá-la, ela irá lhe forçar a se livrar dele. Ela odeia desgarrados e este ainda é pior por ser sabá.
Me forçar? - O Malkaviano falou em Tom de desafio, coagindo os outros dois.
Ela tentaria. - corrigiu o tremere. - por isso digo que sou útil para lhe apresentar aos membros da cidade.
Silêncio, você fala demais, feiticeiro! - O Malkaviano olhou para uma parede molhada, com reboco caído, parecendo irritado, mexeu as mãos como se pedisse para alguém para e completou - Você também fala demais Samuel, me deixe pensar!
Peter olhou para a parede e depois para o único vampiro que estava de pé no beco, entre ele e seu perseguidor. Lembrou que em seu bando, havia um infectado que via sua mãe e conversava com ela, um distúrbio psiquiátrico causado pelo choque de te-la matado, que o fazia fantasiar que ela ainda vivia, mesmo sendo o único a ve-la.
Quem é Samuel? Um familiar? - questionou Peter.
Não, é um grande incomodo na verdade! Ele não me deixa em paz! Não me deixa pensar direito! Me atrapalha! É alguém que deveria ter partido a tempos, mas continue seguindo, esse… - o vampiro voltou a falar uma língua desconhecida, mas gesticulava e cuspia as palavras com tanto força e fúria, que estava claro se tratar de xingamentos. Em vez de se aliviar, parecia ficar cada vez mais perto de entrar no estado alucinado e agressivo que os vampiros inteligentes evitam, chamado de Frenesi.
Se acalme! Pois ele não irá a lugar algum com gritos e afrontas. Mas tem outros meios de se livrar dele. - Peter falou por impulso, nada é certo, mas a psiquiatria estava evoluindo muito ultimamente. Porém essas palavras  tiveram um efeito maior do que esperado.
Posso me livrar dele? - o Malkaviano ficou Atônito.
Sou médico, estudei casos onde a cura foi quase completa. Eu acredito que com o empenho certo, tudo pode ser curado.
Não seja ridículo, seu caitiff idiota! Não o iluda! - O tremere reagiu para não perder a disputa e deixar um caitiff se aproveitar da fraqueza do Malkaviano, para parecer mais útil que ele. - Senhor, ele mente! Nunca prometeria o impossível assim! É um ultraje…
Fiz a minha escolha! - Disse o vampiro louco de rompante, se virou para o tremere e com a mesma rapidez saltou sobre ele como um leão sobre uma presa.
Peter assistiu um ataque violento e aterrador. Os infectados lutaram, um pela sobrevivência e o outro por motivo nenhum aparente. Mas era uma luta injusta. Não havia condições do tremere se defender do seu oponente. O caitiff uso o resto de sua reserva de sangue se preparando para ser o próximo alvo.
O vampiro maior arrancava pedaço do menor em mordidas, dizendo palavras em outra língua depois de cuspir a carne morta para os lados. Ele visivelmente se divertia vendo seu oponente implorar e agonizar. Mas não o matou, parou quando o tremere ficou inconsciente e se virou para Peter.
Venha felizardo, vou precisar de alguém discreto e sobrevivente para me ajudar a me instalar nesta cidade. Não lhe matarei enquanto for útil e fiel para mim. Mas preciso que seja forte para me servir melhor. Por isso acabe este monte de estrume tremere aqui e se fortaleça com sua essência.
Não, eu n…
Primeira lição! Você não é e nunca será capaz de negar algo para mim.


Jogador

Personagem

Clã

Conceito

Imagem


Ulisses


Peter Lunbg


Caitiff

“Sem clã”


Médico



PR



Stephen Rogers



Brujah



Boxeador


Rafael


Robert Hoover


Ventrue


Empresário



Ramon


Santo "occhio" Oscuro



Lasombra



Espião


Marcel


Richard F Kennedy


Ventrue


Empresário


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