sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Lobisomem o Apocalipse - Cronicas da Filadélfia - Tim Thomas (3)

  


Para aquecer os motores, vamos contar um pouco da vida de uma das personalidades mais icônicas da Cidade da Filadélfia, um mendigo que passa invisível pela maioria dos lugares, mas que na verdade é um ancião Garou que trabalha duro para manter o Caern a salvo de perigos sem fim.

Tim Thomas - Roedor de Ossos - Theurge - posto 5

Uma noite de explicações parte 3
- Para de gritar muleque! já tem mais de 10 minutos que me destransformei, e tu continua
aí no canto gritando igual a uma menininha!!!! Não vou te comer... Tu leu muito chapeuzinho
Vermelho, hehehehe, se acalma que temos muito o que conversar ainda.

- POR FAVOR SEU TIM, NÃO ME MATA!!! EU JURO QUE NÃO FALO NADA PRA
NINGUÉM E NÃO DESOBEDEÇO MAIS MINHA MÃE, AAIÍ MEU DEUS!!! - urrava josh
acuado num canto, mãos trêmulas sobre o resto, um gesto involuntário para afastar a visão
de sua mente.
- Seu pai era como eu e você corre o risco de ser também... mas nem todos da nossa família
se transformam. Eu mudei aos 14 anos, a primeira mudança foi braba... leva tempo pra
controlar. Sozinho na rua, me escondi melhor que pude, levou uns 5 meses pra alguém me
notar... papai roedor Dente caído, um Auron bruto toda vida... hehehehe apanhei MUITO, eu
era um mariquinha e eles precisavam de um guerreiro. Foi uma merda. Hehehehe, apanhei
muito e quanto mais gritava e implorava mais forte batiam... o olhar, sombrio, sem deboche
de quem bate em alguém muito mais fraco, sem prazer... anos depois descobri o que
significavam, as pancadas doíam mais neles do que em mim... eu era da família e já me
amavam por isso, mas não tinha outro jeito... tinham que obedecer a regras...
- Deusa! Sempre fez muito mais sentido... Enquanto você não se acalmar não deixo você sair!
O garoto continuou acuado, mas com o tempo e percebendo que Tim não tinha intenção de
atacá-lo, foi se acalmando aos poucos.
O mendigo sentido o garoto mais relaxado estava nesse momento longe da porta, enchendo
a chaleira elétrica com água que estava estocada em garrafas pet do lado da escrivania. Deu
uma pausa longa perdido nas lembranças, mas o garoto não se mexeu, nem sentiu vontade
de se mexer, ele e o mendigo estavam envolvidos na dor do apanhar de pessoas mais fortes.
Covardia acontece com frequência na rua, uma linguagem universal que todos os oprimidos
do mundo conhecem. Violência gratuita contra quem não tem onde se esconder ou não tem
alguém que o defenda.

- Estranho né? Me amavam e por isso tinham que me espancar. Agradeço eles tudo, porque
fizeram de mim o que sô hoje, acima de tudo sô um sobrevivente, mas longe de mim fazer o
mesmo... não tenho estômago pra isso... mas eles fizeram! Até que um dia eu encarei, e era
tudo o que o “Dente caído” queria, um garou que revidasse! Hehehehe quer chá? - mas o
garoto não respondeu.
Tim sentou na sua cadeira preferida e observou Trudy coçar a cabeça, lamber as patas e
passa-las na cara novamente.
- Eu adorava seu pai, sabe... que garoto legal, sempre comprando o barulho dos mais fracos
e respeitando os mais velhos eu já tava na minha atual matilha quando ele entrou pro caern,
mas pessoas boas duram pouco e por isso tento fazer a vidas dos bons um pouco mais
leve... Não tem caminho certo, mas se eu puder tirar algumas pedras do caminho de alguns
menino, eu vou tirar... não quero nada em troca.
- Agora com 50 anos, bem acabado, sei que eles eram não só minha família, porque na rua,
família são todos aqueles que não estão tentando te matar, e amigos são aqueles que dão
suas vidas por você... e eles deram suas vidas, um a um foram morrendo, não sei porque,
não creio que gaia me ache mais preparado ou melhor que eles, sei que eu fui sobrevivendo
e eles não... garous que vieram muito depois de mim já foram, como foi o caso do seu pai.

- Seu pai contou só pra mim sobre sua mãe, tinha medo que os outros a arrastassem pra
nossa vida difícil, olha que ele nem era da minha tribo, mas eu sempre fui de ouvir muito e
tudo quanto é gente confia em mim... daí eu guardei o segredo dele depois que ele se
foi. - Tim coçou a barba ansioso para mais um chá, molhar a garganta é bom já que ele
ressecou muito ela com aguardente e uísque na juventude – Mas você começou a lidar c
om a bandidagem e antes de você morrer por nada, fiquei com vontade de te contar a
verdade... quem sabe você ganha uma outra opção né?! Voltar para mamãe, que está
desesperada. Continuar na bandidagem dando vazão pra esse seu sangue lobo que te
faz se sentir diferente, um fruto não caiu muito longe da arvore. Ou ajuda a família na
grande batalha contra a danada da Wyrm que matou seu pai e provavelmente vai me
matar e continuar matando todos até que não sobre ninguém... - a chaleira apitou e o
velho esfregou as mãos animado, pelo chá, o cheiro subiu da caneca e do copo que tim
colocou água e umas folhas ervas diferentes. Levou até o garoto que não se incomodou
com a aproximação, totalmente derrotado. Tim se sentou do lado dele e estendeu o copo,
o garoto pegou e eles beberam de vagar o chá, sem conversar.

- Se quiser lutar contra a Wyrm, posso te levar para nosso quartel general, mas vai ter
que largar o Fred.

- Ele não vai deixar, ele disse que se eu entrasse não ia poder sair.

- Ah garoto, deixa o Fred comigo!



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